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Foto: Julia Baêta |
O brincar é objeto de estudo de variadas áreas do conhecimento. Tem sido fonte de inspiração para produções as mais diversas – blogs, reportagens, estudos e pesquisas, filmes, livros, cursos...
Felizmente, sua importância vem sendo cada vez mais reconhecida e suas funções, aplicações e possibilidades, cada vez mais estudadas e propagadas. Muito se fala, se produz e se faz acerca
do brincar.
Como todo objeto de interesse coletivo, surgiram muitos clichês que são repetidos à exaustão por aí, como verdade irrefutável, mas que se tornam bordões vazios de sentido se tomados sem análise crítica.
Qualquer texto sobre o brincar, seja escrito por especialista em desenvolvimento humano, Phd em Primeira Infância, ou por uma mãe blogueira que documenta o dia-a- dia do filho sem pretensões científicas, tem a máxima “brincar é coisa séria”, e afirma que à criança deve-se permitir brincar livremente.
Sabemos que o brincar dirigido desenvolve habilidades e competências específicas, desejadas e necessárias para o desenvolvimento humano. Também sabemos que isso não é suficiente e
que é preciso brincar sem fins pedagógicos, brincar para desenvolver-se integralmente e não
para estimular essa ou aquela competência, pois o brincar, por si só, é a atividade mais rica e
completa do Homem.
Para o desenvolvimento pleno e integral, portanto, é preciso brincar livremente. O que é, afinal, esse livre brincar de que tanto se fala, sobre o qual tanto se escreve e que até filmes inspira?
Bem, vai aí mais uma máxima: livre brincar não é brincar de qualquer jeito. Brincar é uma atividade tão natural, que temos a impressão de que basta colocar a criança num ambiente e ela vai brincar. Mas não é bem assim. Brincar é uma atividade social e, para praticá-la, precisamos de modelos e estímulos.
A criança brinca da realidade que a cerca. Brinca de imitar o cotidiano, o adulto. Ou como lindamente disse Mário Quintana: “As crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade.” O ambiente, os objetos disponíveis, as pessoas, tudo isso influencia o brincar da criança.
Quanto mais estimulantes, instigantes e desafiadoras forem as condições, mais rico o brincar. Ele não deve ser livre de intenção em sua preparação e escolha de materiais, nem de um olhar educador do adulto. Quando falamos em livre brincar, devemos pensar num brincar que não tem um fim específico, que não serve a nada determinado, que não é conduzido pelo adulto, e não prevê um dado resultado. Falamos em preparar o ambiente e os brinquedos de forma que a criança possa ser autônoma e sujeito, fazendo escolhas, construindo e decidindo.
Por meio do livre brincar, na primeira infância, a criança pode aprender todas as habilidades e competências necessárias para a vida social e subjetiva. Para tal, ela precisa de três coisas: modelos, meios e ambiente. A convivência com os adultos que fazem parte de sua vida, ser parte do grupo que a cerca, é o que proporciona à criança os modelos que vão inspirar suas brincadeiras. Por isso é tão
comum que as crianças brinquem da profissão dos pais, imitem seus trejeitos, seu jeito de
falar. Quanto mais ampla a rede de contatos da criança, mais diversificadas suas brincadeiras.
Os meios são os objetos aos quais a criança tem acesso para brincar. Desde seus brinquedos propriamente, até os objetos e materiais de uso comum que lhe são permitidos usar nas brincadeiras. Quanto mais variados, maior o repertório, mais criativos serão o brincar e o sujeito.
Em relação ao ambiente, a lógica é a mesma: quanto mais rico e estimulante, mais ele favorece uma brincadeira igualmente rica e estimulante. É preciso ainda cuidar da segurança, mas sem excessos. Correr riscos, machucar-se, sentir-se desafiado são fatores essenciais para o desenvolvimento global. Proporcionam mais autonomia, segurança e autoconfiança.
Qualquer texto sobre o brincar, seja escrito por especialista em desenvolvimento humano, Phd em Primeira Infância, ou por uma mãe blogueira que documenta o dia-a- dia do filho sem pretensões científicas, tem a máxima “brincar é coisa séria”, e afirma que à criança deve-se permitir brincar livremente.
Sabemos que o brincar dirigido desenvolve habilidades e competências específicas, desejadas e necessárias para o desenvolvimento humano. Também sabemos que isso não é suficiente e
que é preciso brincar sem fins pedagógicos, brincar para desenvolver-se integralmente e não
para estimular essa ou aquela competência, pois o brincar, por si só, é a atividade mais rica e
completa do Homem.
Para o desenvolvimento pleno e integral, portanto, é preciso brincar livremente. O que é, afinal, esse livre brincar de que tanto se fala, sobre o qual tanto se escreve e que até filmes inspira?
Bem, vai aí mais uma máxima: livre brincar não é brincar de qualquer jeito. Brincar é uma atividade tão natural, que temos a impressão de que basta colocar a criança num ambiente e ela vai brincar. Mas não é bem assim. Brincar é uma atividade social e, para praticá-la, precisamos de modelos e estímulos.
A criança brinca da realidade que a cerca. Brinca de imitar o cotidiano, o adulto. Ou como lindamente disse Mário Quintana: “As crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade.” O ambiente, os objetos disponíveis, as pessoas, tudo isso influencia o brincar da criança.
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Foto: Patrícia de Sá |
Quanto mais estimulantes, instigantes e desafiadoras forem as condições, mais rico o brincar. Ele não deve ser livre de intenção em sua preparação e escolha de materiais, nem de um olhar educador do adulto. Quando falamos em livre brincar, devemos pensar num brincar que não tem um fim específico, que não serve a nada determinado, que não é conduzido pelo adulto, e não prevê um dado resultado. Falamos em preparar o ambiente e os brinquedos de forma que a criança possa ser autônoma e sujeito, fazendo escolhas, construindo e decidindo.
Por meio do livre brincar, na primeira infância, a criança pode aprender todas as habilidades e competências necessárias para a vida social e subjetiva. Para tal, ela precisa de três coisas: modelos, meios e ambiente. A convivência com os adultos que fazem parte de sua vida, ser parte do grupo que a cerca, é o que proporciona à criança os modelos que vão inspirar suas brincadeiras. Por isso é tão
comum que as crianças brinquem da profissão dos pais, imitem seus trejeitos, seu jeito de
falar. Quanto mais ampla a rede de contatos da criança, mais diversificadas suas brincadeiras.
Os meios são os objetos aos quais a criança tem acesso para brincar. Desde seus brinquedos propriamente, até os objetos e materiais de uso comum que lhe são permitidos usar nas brincadeiras. Quanto mais variados, maior o repertório, mais criativos serão o brincar e o sujeito.
Em relação ao ambiente, a lógica é a mesma: quanto mais rico e estimulante, mais ele favorece uma brincadeira igualmente rica e estimulante. É preciso ainda cuidar da segurança, mas sem excessos. Correr riscos, machucar-se, sentir-se desafiado são fatores essenciais para o desenvolvimento global. Proporcionam mais autonomia, segurança e autoconfiança.
Cuidar desses três fatores propicia à criança brincar livremente de forma mais proveitosa e adequada. Ser um modelo interessante, cuidando de suas próprias atitudes e falas, fornecer meios variados com intuito de ampliar o repertório da criança, e propiciar um ambiente rico e seguro na medida certa – em tudo isso vê-se intenção e um olhar educador para a criança e o brincar. Ele não está solto, sem sentido e fundamento, mas não é dirigido e controlado. A criança é sujeito e pode crescer e aprender de forma autônoma.
Dica: para saber mais sobre o brincar, indico três filmes fundamentais para pais e educadores: Tarja Branca, Território do Brincar e O Começo da Vida.
Dica: para saber mais sobre o brincar, indico três filmes fundamentais para pais e educadores: Tarja Branca, Território do Brincar e O Começo da Vida.