Boa parte das crianças entre três e cinco anos têm ou já tiveram um amigo imaginário. Não há como afirmar o número exato, pois boa parte dos pais não fica sabendo da sua existência. Muitas crianças não falaram com alguém sobre o seu amigo e quando crescem não se lembram se tiveram ou não um amigo imaginário.
Este amigo da imaginação, normalmente, aparece como forma de superar uma perda, de lidar com alguma insegurança e/ou para suprir uma solidão. A maior parte das pesquisas existentes sobre este tema diz que é mais comum o relato de amigos imaginários em filhos únicos, primogênitos, crianças que perderam algum ente querido e/ou filhos de pais separados.
Alguns pesquisadores dizem que toda criança utiliza-se do amigo imaginário para se desenvolver psiquicamente. Pois através desta amizade imaginária a criança é capaz de criar situações semelhantes às cotidianas e com isso se “treinar” para lidar melhor quando a situação for real.
A fase em que é comum o aparecimento deste amigo coincide com o aprimoramento da fala, com o início da escola e com o aumento de atividades sociais. E por isso podemos afirmar que o amigo imaginário é uma ferramenta que a criança cria para auxiliá-la a lidar com tanta novidade. Normalmente este amigo tem nome e forma humana, mas também pode ser um animal, objeto ou robô.
Os pais não têm com o que se preocupar desde que a criança não limite sua vida a este amigo imaginário e que este amigo não perdure depois dos seis anos. Lembrando que muitos nunca saberão da existência desta amizade na vida de seus filhos. E os que souberem, têm que saber respeitar o filho. Pois a criança tem total consciência de que aquele amigo não existe, então os pais não devem incentivar demais nem falar que o amigo não existe. Limitem-se a entrar na relação deles quando for chamado.
Quando a criança deixa de ter uma vida social para ficar apenas com o amigo imaginário e ou este amigo continuar existindo depois dos seis anos, os pais devem ficar atentos se houve algum fato marcante com esta criança que a paralisou socialmente (luto, separação, mudança de escola, nascimento de um irmão etc), conversar sobre esta situação e se não conseguir resolver, deve-se procurar uma ajuda profissional. Pois é um sinal de que a criança está com dificuldades no seu desenvolvimento social.
Enfim, curtam, registrem e deixem seus filhos extravasarem sua imaginação e emoções com este amigo querido e passageiro.
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