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Foto: favim.com |
Como a mãe que se preocupa com a alimentação do filho desde bebê deve agir para ensiná-lo a comer bem? Mesmo sabendo que faz mal, ela deve oferecer as guloseimas e alimentos “ruins”?
A melhor forma de aprendizagem é a vivência, ou seja, o bebê vai aprender aquilo que vive no seu dia a dia. Sendo assim, a família toda deve servir de exemplo. Deve-se evitar a compra de alimentos industrializados e guloseimas, oferecendo sempre frutas, legumes, saladas e também refeições completas (arroz, feijão, carne) e lanches saudáveis. É importante deixar que a criança, quando tiver idade, participe da preparação e também tenha acesso aos alimentos (deixar ao alcance das mãozinhas). Só essas atitudes já contribuem bastante para a educação nutricional e o alimentar do bebê.
As guloseimas podem ser oferecidas esporadicamente e como parte de nossa vida social: finais de semana, aniversários, datas festivas ou mesmo uma visita à casa da vovó. O que devemos evitar é tê-las em casa, diariamente, e também superestimar seu valor (no caso da chantagem ou castigo). Lembrando que até dois anos de idade é interessante evitar ao máximo o contato das crianças com esses alimentos.
A criança já cresceu, tem alguns hábitos alimentares não muito bons, entrou na escola e a mãe quer ensiná-la a comer melhor. Como fazer?
Qual o papel da escola na educação alimentar das crianças e adolescentes?
A escola tem um papel fundamental no aprendizado da criança e é recomendado sempre um contato bem estreito entre família e educadores. Os dois lados podem incentivar a boa alimentação e fomentar a educação nutricional. A escola é um ambiente muito propício a isso e a família deve continuar esse aprendizado em casa. Se houver essa interação, é certa a boa educação da criança quanto ao valor dos alimentos. Então, para funcionar, os pais e os educadores precisam trabalhar em parceria e a escola deve ter essa preocupação com a alimentação da criança, repassando e também interagindo sobre esse conhecimento com a família e vice-versa.
Na prática, a família deve se informar sobre como a escola trata o assunto. Se o tema alimentação é colocado no dia a dia das crianças, como são os lanches e refeições oferecidos (se possui cantina, o que é servido, o que é permitido levar de casa, utilização de horta etc). A família também precisa se comprometer a dar continuidade a esse aprendizado em casa e, claro, incentivar esse processo.
Neste caso, o apoio profissional ajuda muito, e o fornecimento de uma alimentação de qualidade pela escola passa a ser um diferencial na hora da escolha dos pais.
Qual é a fase em que se forma o paladar da criança?
O paladar da criança está se formando ainda na gestação. E com continuidade na amamentação. Ao iniciar a alimentação complementar o bebê só recebeu, após seu nascimento, leite materno, por isso essa fase é tão complexa e maravilhosa. O que o bebê receber a partir desse momento vai facilitar ou dificultar a aceitação de outros alimentos no futuro.
Lembrando que paladar é diferente de sabor. O paladar é a capacidade de reconhecer um gosto; o sabor é uma mistura de sensações (gosto, aroma) e, por isso, devemos oferecer ao bebê um alimento mais de uma vez antes de determinar sua rejeição. Fazendo isso, estamos adaptando o bebê às sensações dos alimentos e permitindo sua aceitação, ou seja, incentivando seu gosto por eles.
Há alimentos que nunca se deve oferecer às crianças? Quais?
Existem alimentos que não possuem benefício algum e outros que possuem mais malefícios que benefícios. Os alimentos que mais prejudicam a saúde, hoje em dia, são os industrializados, tais como refrigerantes, bolachas, macarrão pronto, sucos artificiais, cereais prontos etc. Infelizmente, eles estão presentes em nosso dia a dia e proibir o consumo é uma forma de superestimá-los, o que pode provocar efeito contrário. Assim, esses alimentos devem ser consumidos minimamente, pois acarretam patologias futuras. Além de tudo, possuem alto teor de produtos químicos em sua constituição, sendo que não é conhecido o seu efeito em nosso organismo, em longo prazo.
Até dois anos de idade, é preferível não oferecê-los.
