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Restrição ao glúten: é saudável?

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Uma alimentação considerada saudável e balanceada possui nutrientes dos diversos grupos de alimentos, sendo que cada grupo possui uma quantidade certa a ser consumida diariamente.

Sempre vemos na mídia novas tendências a dietas que prometem saúde, emagrecimento, disposição, entre outros e muitas delas fazem restrição de grupos alimentares ou tipos de alimentos (a dieta da proteína, a dieta detox, lactose etc). Uma nova tendência dos dias atuais é a restrição ao glúten.

O que é o glúten? Trata-se de uma proteína que se encontra naturalmente na semente de muitos cereais como: trigo, cevada, centeio e aveia. Todos os subprodutos desses alimentos também possuem glúten: massas, bolos e pães, por exemplo.

A doença celíaca é uma patologia crônica em que o organismo se apresenta autoimune ao glúten. Nesse caso, é imprescindível excluí-lo da alimentação. Os sintomas são diarreia, dor, extensão abdominal e inchaço. A comprovação é feita por exame de sangue (para detectar a presença de anticorpos típicos) e provavelmente biopsia do intestino. A doença celíaca é um caso muito específico e acomete aproximadamente 1% da população.

E a intolerância ao glúten, existe? Há pessoas que têm maior sensibilidade quando consomem excesso de glúten, mas para haver uma restrição na dieta é necessária uma comprovação, que normalmente é feita retirando o glúten e observando seus efeitos ao reintroduzi-lo, tudo isso com indicação e acompanhamento nutricional.

O consumo de alimentos com glúten, dentro de uma alimentação equilibrada, traz benefícios a saúde, como absorção de vitaminas e minerais e controle da glicemia e triglicerídeos.

Para efeito oficial, segue o parecer do Conselho de Nutrição quanto à questão:

“A recomendação para a restrição de consumo de glúten vem sendo adotada de forma indiscriminada, o que levou o Conselho Regional de Nutricionistas (CRN-3) a promover um encontro científico (projeto Ponto e Contra Ponto) para discussão do tema. Este encontro reuniu adeptos de diferentes condutas envolvendo o tema “Quando Retirar o Glúten da Dieta”, que foi amplamente exposto e discutido, tendo sido acordado que a eliminação do glúten da dieta só deve acontecer mediante diagnóstico clínico confirmado de doença celíaca, de dermatite herpetiforme, de alergia ao glúten, ou quando, eliminada a hipótese de doença celíaca, haja diagnóstico clínico confirmado de sensibilidade ao glúten (também denominada como intolerância ao glúten - não celíaca)”.

Sendo assim, a restrição ao glúten só deve ser seguida mediante comprovação clínica e sua retirada total aleatória não traz os benefícios à saúde divulgados na mídia. Assim, como todos os grupos alimentares, devemos também consumir de forma adequada (em quantidade e qualidade) os alimentos que possuem glúten, sem retirar e também sem haver excesso (que pode predispor a deficiências nutricionais e obesidade). O consumo deve ser estabelecido através de um plano alimentar de acordo com a fase de vida de cada um. 

Não faça de seu organismo uma cobaia - evite seguir uma alimentação que corte certos nutrientes sem comprovação de patologia ou comprovação científica.




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