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A cultura do pronto-socorro

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Você sabe quando deve levar seu filho ao pronto-atendimento? Dúvida presente diariamente nas rodas de conversas pessoais e virtuais, é fundamental que nós, pais e cuidadores, saibamos identificar esta necessidade. Muitas vezes, tomamos a decisão de levar a criança ao hospital, antes de avaliar o caso com calma, aguardar o período de observação que os médicos recomendam e, inclusive, procurar o pediatra que a acompanha.

"Os primeiros anos de vida são fundamentais para o bom desenvolvimento do ser humano. Por isso é necessário o acompanhamento com o pediatra mesmo que a criança não apresente nenhuma doença. O objetivo das consultas de rotina é promover o crescimento e desenvolvimento adequados e a prevenção de doenças", afirma a pediatra Fabiane Scalabrini, colaboradora do Na pracinha. Ainda segundo ela, os pais devem procurar o Pronto Atendimento quando a criança apresentar algum quadro agudo que não se resolveu com as medidas orientadas pelo pediatra da criança, ou quando não for possível contactar o médico. Já o Serviço de Urgência (SAMU) deverá ser acionado em quadros mais graves, em que há possibilidade de complicação do quadro da criança durante o transporte para o hospital.

Você sabia que levar o cartão de vacinação em um atendimento de urgência é essencial? Segundo a pediatra, o mesmo pode ou não ser solicitado pelo médico que atenderá a criança, de acordo com o motivo da consulta. Porém, dependendo dos sintomas que a criança apresenta, é importante a avaliação do estado vacinal.

Durante nossas pesquisas sobre o assunto, encontramos um texto esclarecedor da Academia Brasileira de Pediatra. Vale a leitura!

“Esta noite eu corri ao pronto-socorro com meu filho”
Academia Brasileira de Pediatria

Esta frase é hoje frequente e, em verdade, se transformou na “cultura do pronto-socorro” dos nossos tempos. Mas levar uma criança doente ao PS não é o melhor a fazer? Isso depende! Na realidade o PS foi criado para atender as urgências verdadeiras e nisso ele é insubstituível.

Acontece que a longevidade (duração da vida) aumentou muito no Brasil, e estima-se que as crianças de hoje poderão chegar à idade de 100 anos. Então, com a longevidade assegurada, seria suficiente tratar as doenças levando a criança ao PS? Acontece que a longevidade está praticamente garantida, mas a qualidade de vida, não. E, cá entre nós, o que adianta uma vida longa se não tivermos uma vida digna de ser vivida em grande parte desses anos?

Hoje se sabe que uma vida saudável a longo prazo depende muito dos primeiros anos de vida. Você já deve ter ouvido falar nos “primeiros mil dias de vida” que determinam o tipo de saúde que a pessoa vai ter no seu futuro.

Diz-se que a genética determina o destino, mas tudo o que a gente faz pela criança e que é chamado de epigenética pode modificar a genética. E devemos fazer tudo para que essa modificação seja para o melhor.

É aí que entra a Puericultura, quando o pediatra faz a orientação para a saúde da criança e do adulto que ela vai se tornar no futuro. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda as consultas de Puericultura, mesmo quando a criança não está doente, mensalmente no 1º ano; depois a cada 2 meses no 2º ano; a cada 3 meses no 3º ano;a cada 6 meses dos 3 aos 5 anos;e a partir da idade escolar, pelo menos uma vez por ano, inclusive na adolescência, que termina quando o jovem completa 20 anos.

Nessas consultas o pediatra faz a avaliação da criança e dá uma orientação personalizada, inclusive com alguns exames laboratoriais básicos dessa faixa etária. Nessas consultas são abordados os principais aspectos do desenvolvimento, que são: estado nutricional, história alimentar, curva de crescimento, desenvolvimento neuropsicomotor, comportamento, estado vacinal, atividades físicas, visão, audição, saúde bucal, sono, desenvolvimento da sexualidade, cuidados domiciliares, condições do meio ambiente e até o desempenho escolar. Com essa ampla avaliação da criança, serão enfocados o aleitamento materno, a alimentação complementar, a alimentação da família, estímulos para o desenvolvimento, os problemas comportamentais, escolaridade, atividades físicas e esportivas e o preparo para a adolescência.

Se for necessário levar ao PS, lembre-se sempre que esta é só uma consulta de urgência; comunique ao seu pediatra para que ele tome conhecimento e acompanhe o tratamento. Mas esta consulta não vale como uma consulta de puericultura. Siga o esquema indicado. Quando você se acostumar a agendar previamente essas consultas, você vai ver como é fácil e como a criação da criança saudável vai lhe dar a satisfação que você merece.

Fonte: http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=223&content=detalhe





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