Um produto que está sendo difundido entre os pais é a “redinha de frutas” (ou alimentador com tela), um utensílio plástico que na ponta possui uma redinha que pode ser aberto e introduzido um pedaço da fruta para o bebê chupar. As vantagens segundo o anunciante é que a redinha diminui o risco de engasgos e também aumenta o consumo da fruta, entre outros.
Uma das grandes formas de educar nutricionalmente o bebê para que no futuro próximo e em longo prazo (criança, adolescente e adulto) é oferecer os alimentos em suas diversas formas e texturas. Com esse contato, o bebê, comprovadamente, passa a aceitar outros alimentos que serão oferecidos mais para frente e que também possuem formatos e texturas diferentes como legumes diversos, saladas e outras frutas.
Colocando a fruta no envoltório (a redinha) perde-se todo esse contato: as frutas terão apenas sabores diferenciados, mas suas outras características serão eliminadas. Perde-se também o consumo de fibras, muito importante no início do oferecimento da alimentação complementar quando o bebê tem a tendência a ter o intestino preso.
Os alimentos são oferecidos para o bebê em etapas. Para diminuir o risco de engasgo deve-se acompanhar a evolução da alimentação, evitando alimentos mais perigosos. A textura deve ir mudando gradualmente, pois com aproximadamente 1 ano de idade o bebê já pode ter a mesma refeição da família, desde que saudável e macia. E com 2 anos de idade ele já tem a capacidade de consumir saladas cruas e alguns alimentos crocantes.
Oferecer a redinha é padronizar. É empobrecer a alimentação e perder o que ela tem de melhor: sua variedade e riqueza de cores e texturas. É importante pensar na alimentação como um conjunto e que pode repercutir na aceitação alimentar da criança.
Esse artigo foi escrito através da experiência da nutricionista que acompanha por anos a alimentação e nutrição de bebês e crianças e como alguns hábitos podem melhorar ou piorar a educação nutricional.