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Quadro de recompensas e punições: é válido?

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O tema de hoje é um assunto delicado por ser algo bem pessoal. Cada família tem a sua maneira de educar e não devemos julgar se é certo ou errado. Cabe a cada um avaliar se a maneira como está educando funciona e refletir nos efeitos que esta criação trará de bom e de ruim no futuro da criança.

Atualmente está sendo muito usado o quadro de recompensas e punições, para quando a criança fizer algo bom seja premiada e quando fizer algo ruim seja punida. Particularmente, não sou a favor deste tipo de educação, pois a criança não aprenderá o real motivo de se poder fazer algo ou não. O que será ensinado para ela é que sempre que fizer algo bom, alguém a premiará materialmente e que quando não fizer, alguém a castigará. Devemos lembrar que na vida adulta ninguém a premiará porque arrumou a cama ou escovou os dentes.

Deve ser transmitido pelos pais a importância de se escovar os dentes, lavar as mãos, ir à escola,
alimentar corretamente, ser educada com as pessoas etc. Vale explicar que a maior recompensa que ela terá é crescer saudável, inteligente, sábia e educada. E isso ninguém poderá tirar dela.

Como já destaquei em outros posts, sou totalmente a favor do diálogo. Acredito que a melhor forma de ensinar algo para uma criança é unir o diálogo e o exemplo. Sei que não é fácil, as vezes, será preciso repetir o ensinamento um milhão de vezes, mas quando aprendido nunca mais será esquecido.

Parece que as crianças “entendem” mais fácil quando recebem prêmios ou punições e, por isso, esta “técnica” está sendo muito utilizada. Mas a meu ver é um artíficio imediatista e superficial que poderá gerar danos graves para o futuro. Pois será necessário ensinar para um adolescente ou jovem adulto que ninguém é premiado “materialmente” por cumprir uma obrigação. E com certeza ensinar algo a uma criança é muito mais fácil e eficaz.

Outro ponto negativo do quadro de punição é que normalmente os pais descontam da mesada de seus filhos, passando apenas a mensagem que se não fizer algo correto a única coisa que ele irá perder é o dinheiro, ao invés de ensinar que aquilo que ele fez ou a maneira como agiu não é bacana por um motivo lógico e real.

Há momentos em que só a conversa e o exemplo não são suficientes, pode-se usar o castigo como uma ferramenta de auxilio, mas sempre com muito critério e cautela e nunca envolver o dinheiro para isso.

O quadro de recompensas está tão difundida entre as famílias brasileiras que já vi muitas crianças solicitando aos seus pais que a executem em suas casas. Caberá a eles ensinar que cada família é uma e que a maior recompensa que um ser humano pode ter: o ensinamento e o afeto.

Todo ser humano precisa de estímulo e reconhecimento, mas estes não precisam ser bens materiais. Um abraço, um sorriso, uma palavra e um olhar são mais eficazes, recompensadores e duradouros do que um chocolate, uma bala ou um videogame. Portanto, ensinar com exemplos, afeto e diálogo é mais saudável, tranqüilo, eficaz além de ser para sempre.



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