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Mãe como a gente: conheça a Bebel, mãe do Felipe

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Ser mãe é padecer no paraíso.
Com esse mote, a entrevistada de hoje, arquiteta e mãe do Felipe (4 anos), criou uma página de sucesso no facebook, o Padecendo no Paraíso. Com mais de 4 mil mães cadastradas e milhares na fila de espera, Isabela Soares, a Bebel, de 38 anos, promove a integração desses seres de mil sentimentos que estão sempre em busca de respostas, de trocas de experiências, de união de forças para diferentes lutas. Diz aí, Bebel:

Na pracinha: Como foi a descoberta da gravidez?
Bebel: Gravidez planejada e desejada. Não passei muito tempo tentado. Descobri que estava grávida poucos dias depois de engravidar, bem antes do atraso da menstruação. Senti muito enjoo desde o início, acordava de madrugada para vomitar. Mas a gravidez correu muito bem.

Qual o momento mais marcante durante a gestação?
Bebel: Desde o início eu tinha certeza que esperava um menino, apesar do meu marido querer uma menina. Quando fizemos o ultrassom e o Dr. Milton Panzi disse que era machinho, eu gritei! Foi um alívio ter certeza que era menino porque ele já tinha nome, já tinha quarto e tudo. E eu ficava pensando que, se fosse menina eu ia ficar com a consciência pesada por não ter conseguido nem escolher um nome de menina.

Como você se planejou para montar o enxoval?
Bebel: Hoje eu vejo que dá pra improvisar tudo, que a gente compra bobagens demais achando que serão muito necessárias.

Como você se preparou para ser mãe?
Bebel: Preparei meu coração pra abrir mão da minha liberdade, li alguns livros, fiz um curso de aleitamento e cuidados com o bebê. Mas levei muito em conta meu instinto e minha intuição desde o início.

Como você concilia maternidade e trabalho? 
Bebel: Nunca quis abrir mão da minha carreira, sou profissional liberal, tenho meu próprio escritório há mais de dez anos, tenho funcionários trabalhando pra mim. Quando meu filho tinha 28 dias comecei a levá-lo para o meu escritório, montei um mini berçário pra ele, berço portátil, trocador, bebê conforto. Ia trabalhar todas as manhãs levando meu filho e uma enfermeira. Dessa forme eu podia estar com ele e trabalhar ao mesmo tempo. Consegui que ele tivesse amamentação exclusiva até o sexto mês, nunca precisei de ordenha. Mesmo depois que ele foi para o berçário em uma escolinha, com quatro meses, eu ia lá a cada duas horas para amamentá-lo.
Hoje eu cogito passar a trabalhar apenas à tarde para poder acompanhá-lo mais de perto nos estudos, porque acho que ele vai precisar mais de mim agora que começa a ser alfabetizado. Também acho importante poder levá-lo a atividades como aula de dança ou música, natação, capoeira. Sinto que agora ele precisa mais da minha presença do que quando era bebê, por mais que agora ele seja mais independente.

A maternidade nos permite uma eterna reinvenção, um período de reflexão. Há algo que você faria diferente, uma decisão tomada, uma experiência em que teria agido de forma diferente?Bebel: Eu teria sido uma mãe mais calma quando ele entrou no terrible two. Ele começava a gritar e a chorar, é difícil manter a calma com uma criança berrando durante horas no seu ouvido, mas hoje eu tenho certeza que o choro não duraria tanto tempo se eu conseguisse manter o controle e o abraçasse em vez de brigar.

Você tem alguma dica de passeio bacana para fazer com as crianças?
Bebel: Meus fins de semana são sempre ao ar livre, se não estou no sítio curtindo cheiro de mato, de curral, sempre invento passeios ao ar livre. Inhotim, Vale Verde, Museu de História Natural e jardim Botânico da UFMG, Praça JK, Praça Floriano Peixoto. Todos esses lugares são ótimos pra ir com as crianças.

Para você, que é ser mãe?
Bebel: É olhar para além de mim mesma, além do meu filho e da minha família. Olhar pro mundo e desejar que ele fique mais bonito.

Para Bebel: por que você criou o Padecendo no Paraíso? Como você se sente sabendo que o grupo se transformou em uma rede de apoio mútuo para as mamães de tantos lugares diferentes?Bebel: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."Antoine de Saint-Exupéry
Às vezes chega a ser assustador. É uma responsabilidade imensa, um compromisso que assumi e que às vezes é difícil controlar. Mas é extremamente gratificante quando eu vejo a vontade das pessoas de se ajudarem sem esperar nada em troca. Espero que o grupo faça as pessoas verem que pensar coletivo é muito mais importante que focar no individual. Que o mundo só vai evoluir quando conseguirmos nos abrir pra ele deixando o egoísmo de lado. Ainda estamos engatinhando, mas quem sabe, um dia, possamos caminhar, eretos, de mãos dadas seguindo, todos, para o mesmo lado?




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